Carnaval e política: lições sobre estratégia e marketing eleitoral
- Tem Base Consultoria
- 18 de fev. de 2024
- 3 min de leitura

Para você, carnaval e política combinam?
O carnaval, uma das festas mais animadas e coloridas do Brasil, vai muito além de música, dança e fantasias extravagantes. Para os políticos e pré-candidatos, esse período também pode ser uma oportunidade única de se conectar com o eleitorado de forma descontraída e espontânea.
Em meio às multidões e à atmosfera festiva, os políticos e pré-candidatos têm a chance de se aproximar dos eleitores de uma maneira mais informal, deixando de lado a rigidez dos discursos políticos tradicionais. Ao participar de blocos de rua, desfiles de escolas de samba ou mesmo festas típicas, os políticos têm a oportunidade de mostrar seu lado humano, divertido e acessível.
O prefeito de Recife, João Campos (PSB) que, além de aderir ao penteado “nevou”, vem conquistando o coração da internet com seu jeito descontraído. O “meu prefeito”, como é conhecido nas redes sociais, promove suas ações de mandato com leveza e humor, sem ignorar as articulações políticas.

João hoje possui mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais e é o prefeito mais bem avaliado do Brasil, com 81% de aprovação segundo a AtlasIntel. O fenômeno que já vinha crescendo há anos, explodiu para todo o Brasil após o Carnaval. Campos é um exemplo de que é possível fazer uma pré-campanha de excelência e se destacar para o eleitor.

Além de João Campos, outros políticos como o deputado estadual Guilherme Bismarck (PDT-CE), a deputada federal Tábata Amaral (PDT-SP) e os prefeitos Herberlh Mota (Podemos), Flávio Filho (PT), Ednaldo Filho (PSB) também exploraram o elemento clássico da cultura de periferia, o “nevou”, como artifício de humanização e marketing.
Ao se misturar às multidões e compartilhar momentos de celebração, os políticos têm a oportunidade de se mostrar como pessoas comuns, que também desfrutam da alegria e valorizam a cultura popular. Essa humanização da figura política é fundamental para construir laços de confiança e empatia com o eleitorado, afastando a imagem de distanciamento e inacessibilidade que muitas vezes é associada aos políticos.
Além disso, os eventos carnavalescos também podem ser uma oportunidade para os políticos demonstrarem apoio a causas sociais e culturais importantes para a comunidade. Ao se engajarem em blocos que defendem questões como inclusão, diversidade e preservação cultural, os políticos mostram seu comprometimento com valores compartilhados pela sociedade, fortalecendo sua imagem e reputação perante o público.

Em Belo Horizonte, o Carnaval foi palco político. Pré-candidatos e candidatas à prefeitura exploraram o ambiente para discursar e se aproximar do eleitor. A deputada federal Duda Salabert (PDT), o deputado federal Rogério Correia (PT), o presidente da câmara Gabriel Azevedo (Sem partido) e a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) aproveitaram para se posicionar sobre bandeiras políticas em meio aos confetes e marchinhas.

Outro exemplo que não passou despercebido, foi a participação de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, no desfile de Carnaval da escola de samba carioca Beija-Flor. Lira tem se articulado para manter a influência na escolha da próxima presidência da Câmara e se organiza em prol de seus aliados, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL-AL), tanto na disputa da prefeitura, quanto no próprio congresso, já que JHC, como é conhecido, é o alvo principal da possível CPI da Braskem.
Não podemos esquecer que as eleições de 2024 fazem parte de um projeto maior. Este ano é o ensaio geral para 2026, e como nunca antes, os grandes nomes nacionais estão focados em eleger prefeitos e constituir maioria nas Câmaras Municipais.
Em resumo, o carnaval, assim como outras festividades e ambientes informais, oferece um cenário único para os políticos e pré-candidatos se aproximarem do eleitorado de forma descontraída e autêntica. Ao aproveitar esse momento de festa e alegria, é possível conquistar a simpatia do público e fortalecer os laços com a comunidade, criando uma base para futuras campanhas eleitorais.
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